sábado, 18 de janeiro de 2014

Da vida.

A certeza aumenta que o tempo nos engole.
Quanto tempo faz que já não venho aqui e ai as angustias ficam escondidas, em algum lugar dentro de mim.

Passamos mais tempo no trabalho do que em casa, e quando não se faz o que se ama o trabalho torna-se extremamente exaustivo.
São centenas de metas e prioridades. Cobrança, pressão o tempo todo. Stress, ansiedade, nervosismo.
Pra que que viver assim?
É certo que preciso do salário e dos benefícios para viver, ter casa, carro, alimentação..
Mas enquanto isso minha vida se esvai...
Essa vida que levo, não foi a que eu escolhi pra mim. E tantas vezes já ouvi: - Mas nem sempre a gente pode ser o que se quer. Ou então: - Nem todo mundo faz o que gosta.
Por quê???

Todos deviam ter o direito de ser o que querem. EU TENHO O DIREITO DE SER O QUE QUERO.

Mas tive que fazer uma escolha há quatro anos atrás.

Também há o caso que eu não passei, eu estudava menos que os outros candidatos, eu trabalhava oito horas por dia, o que me restava ia ao cursinho e descansava para encarar outro dia de trabalho.

A vida não foi fácil pra mim. Eu sempre tive que trabalhar, pra mim e pra ajudar minha família.
Mas eu tinha um sonho, e só queria realizá-lo.
Eu tenho um sonho, e só quero realizá-lo. Será que é demais querer fazer o que se ama?
.
Eu não gosto de onde moro. Há treze anos atrás meus pais precisaram vender a casa que tínhamos. Então há nove, viemos morar num apartamento de 45m². É pequeno, aperta até os pensamentos. Começaram então a surgir as ralhações. Antes tínhamos "espaço para viver" sim porque o outro precisa de espaço, precisa fazer o que gosta ( que seja ouvir uma música no quarto) sem incomodar o outro. O fato é que aqui quase tudo que se faz incomoda a alguém. E num espaço tão pequeno, nos tornamos imensamente distantes um do outro.
É triste.

Quem é acostumado a ter quintal, bichos, plantas, árvores, flores, vento... não pode ser simplesmente "engaiolado".

Mas meus pais não sabiam disso. E não tinham outra escolha. Agora estamos todos doentes, da alma.
Nervosos, irritados, aturamo-nos uns aos outros para sobreviver.
Isso é muito triste. A família unida feliz, já não existe mais.
.
E é isso. Junta tudo isso e me sinto assim, pesada.

Eu que já fui tão leve, espero as férias para viver.