Aos vinte e um anos escrevi perplexa que não era mulher,
não sabia quando ia ser.
Hoje me vejo senhora, senhora menina.
A menina não quer morrer,
não morrerá senão comigo.
A menina que quando vê chuva na janela,
quer sentar no muro de novo e deixar a chuva molhar os pés,
dançando no ar.
Há uma alma em mim.
A menina que mora dentro de mim,
não me deixa esquecer os sonhos de criança.
Há um passado no meu presente.
Já a senhora que vive aqui, tem desejo de amar,
aquele amor de alma, avassalador.
Menina e mulher se confundem. Ora uma, ora outra.