quinta-feira, 17 de maio de 2012

Helena

Aos vinte e um anos escrevi perplexa que não era mulher,
não sabia quando ia ser.
Hoje me vejo senhora, senhora menina.
A menina não quer morrer,
não morrerá senão comigo.


A menina que quando vê chuva na janela,
quer sentar no muro de novo e deixar a chuva molhar os pés,
dançando no ar.


Há uma alma em mim.


A menina que mora dentro de mim,
não me deixa esquecer os sonhos de criança.


Há um passado no meu presente.


Já a senhora que vive aqui, tem desejo de amar,
aquele amor de alma, avassalador.


Menina e mulher se confundem. Ora uma, ora outra.

2 comentários:

Bessa disse...

Menina, mulher e anciã são como a manhã, a tarde e a noite. Mudam-se as aparências somente, tudo faz parte de um mesmo dia.

Belo texto, May, muito terno e sábio. Obrigado pela visita às minhas letrinhas. Um abraço.

May. disse...

Lindo isso que escreveu André. Amei!
Seja bem vindo sempre que quiser aparecer.