Minha poetisa madrinha, da época da Academia de Jovens Poetas, quando eu sabia escrever poesia.
Gosto do jeito que ela escreve, da emoção que transmite. Gosto do que ela dizia: "Não sou alegre, nem sou triste, sou poeta."
Segue um poema de que gosto muito:
É preciso não esquecer nada
É preciso não esquecer nada:
nem a torneira aberta nem o fogo aceso,
nem o sorriso para os infelizes
nem a oração de cada instante.
É preciso não esquecer de ver a nova borboleta
nem o céu de sempre.
O que é preciso é esquecer o nosso rosto,
o nosso nome, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso.
O que é preciso esquecer é o dia carregado de atos,
a idéia de recompensa e de glória.
O que é preciso é ser como se já não fôssemos,
vigiados pelos próprios olhos severos conosco,
pois o resto não nos pertence.
Cecília Meireles
Um comentário:
Também gosto um tanto dela e desse poema aí. E de você também
Beijoca bem gorda.
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