A Flor e o Príncipe

(...)

"A flor tossiu. Mas não era por causa do resfriado.
- Eu fui uma tola, disse por fim. Peço-te perdão. Trata de ser feliz.

A ausência de censuras o surpreendeu. Ficou parado, inteiramente sem jeito, com a redoma no ar. Não podia compreender essa calma doçura.

- É claro que eu te amo, disse-lhe a flor. Foi por minha culpa que não soubeste de nada. Isso não tem importância. Foste tão tolo quanto eu. Trata de ser Feliz...

- Não demores assim, que é exasperante. Tu decidiste partir. Vai-te embora!

Pois ela não queria que ele a visse chorar. Era uma flor muito orgulhosa.


Não soube compreender coisa alguma! Devia tê-la julgado pelos atos, não pelas palavras. Ela me perfumava, me iluminava... Não devia jamais ter fugido. Deveria ter-lhe adivinhado a ternura sob os seus pobres ardis. São tão contraditórias as flores!
Mas eu era jovem demais para saber amar."


(- O Pequeno Príncipe)

Vida:

-Eu não sei o que acontece comigo, ando confuso.
- Mas o que passa ao certo?
- Não sei, acho que você gosta mais de mim, do que eu de ti.. você foi aumentando e eu estacionei.
- Isso é esquisito. E o que você quer?
- Acho melhor ficarmos sozinhos, cada um no seu lugar.
- Você está doido. Vá pra casa.
- Devo estar, mas já faz tempo que penso nisso.
- Você vai se arrepender..
- Eu sei que vou.
- Então para!
- Não posso mais.
- Você quem sabe, vai se arrepender.
- Eu sei. Não deixe de ser minha amiga.
- Vai ser difícil.

silêncio

- É melhor você ir.
- Tudo bem, Tchau.
- Tchau.

Naquela época eu não devia tê-lo deixado partir. Não devia tê-lo julgado pelas palavras. Mas éramos jovens demais para saber amar.

Hoje é diferente, tudo diferente. Mas podia ter evitado: "vai sofrer, vai chorar".
Acho que ele não sabe o tamanho do mal que me fez. E talvez nunca irá saber. A página virou, mas de vez em quando eu abro o livro e volto para lê-la novamente.



Post de 19 de janeiro de 2009

Tudo isso e mais um pouco vêm a tona quando acontece. Existem sentimentos que duram uma vida toda?

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